Terremoto no Japão


Especialista fala sobre o terremoto no Japão

O Japão nunca viu tamanha catástrofe natural. Cinco ilhas do Japão ficam exatamente sobre o encontro das placas tectônicas da Ásia e do Pacífico.

 A crosta terrestre é formada por placas tectônicas. É como se fosse uma casca de ovo toda quebrada em várias partes, que se movimentam o tempo todo -- ou se aproximando ou se afastando umas das outras.
Os geólogos costumam dizer que os japoneses vivem sobre uma bomba que pode explodir a qualquer momento. Isso porque as cinco ilhas do Japão ficam exatamente sobre o encontro das placas tectônicas da Ásia e do Pacífico. Camadas da superfície Terra que estão sobrepostas, em constante atrito.
A placa tectônica do Pacífico caminha cerca de nove centímetros, por ano, em direção ao Japão. Por ser mais pesada, ela vai para debaixo da placa da Ásia, onde estão as ilhas japonesas.
O atrito na crosta terrestre causa acúmulo de energia. “O terremoto é a liberação instantânea de uma energia acumulada durante dezenas, milhares de anos. As placas se movimentam continuamente, acumulam energia, a resistência daquele lugar, naquele ponto, é menor do que a energia acumulada e ela se rompe”, fala a professora de geofísica/Unesp, Tereza Yamabe.
Esse rompimento de energia provoca um deslocamento mais brusco das placas e aí o terremoto. Se isso acontecer dentro do mar, formam-se ondas gigantes - os tsunamis.
“Tsunamis só são formados em qualquer parte do mundo quando os terremotos são superiores, magnitude superiores a sete pontos”, diz o técnico em sismologia da USP, José Roberto Barbosa.
O tsunami, que devastou parte do litoral japonês, viajou a 700 km por hora, quase a velocidade de um jato comercial. Perto da costa, essa velocidade diminui. O problema é que a altura cresce à medida que o fundo do mar fica mais raso. As ondas chegaram a dez metros.
O tremor de hoje, de 8,9 graus, foi ainda mais destruidor porque o epicentro estava próximo do continente, a 130 quilômetros e o foco do abalo aconteceu muito perto da superfície, a apenas 24 quilômetros de profundidade.
Segundo um estudo preliminar feito na Itália, o terremoto que arrasou o Japão deslocou o eixo de rotação da terra em 25 centímetros -- o que mostra a força do impacto.
A ciência conhece as causas e as consequências dos terremotos. Mas ainda não pode prever quando e onde acontecerão. Os estudos avançam. Se concluídos, mudariam a história de países como o Japão.

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